Apesar do progresso meteórico da IA, quando observo o nosso dia a dia e como fazemos as coisas, vejo que pouca coisa mudou, exceto na programação e nos aplicativos de bate-papo. Ainda não consigo encontrar restaurantes descrevendo-os para o Google Maps, nem descobrir novas músicas conversando com o Spotify, ou ainda usar IA para encontrar lugares interessantes no Airbnb/Expedia. O site do meu dentista continua tão ruim quanto possível. Nem mesmo a Amazon conseguiu colocar a IA em destaque para os compradores (o Rufus é péssimo, se você conseguir encontrá-lo). Era esperado que o suporte ao cliente fosse o primeiro a sucumbir, mas, durante cerca de meia dúzia de ligações que fiz para o suporte, ainda fiquei na fila em todas elas para ser atendido por um humano. Todo o sistema de reconhecimento de voz parecia ser de uma década atrás. Já terão se passado 3 anos e a grande maioria dos softwares no mundo continua praticamente a mesma de 3 anos atrás. Apesar de centenas de startups terem recebido financiamento nos últimos dois anos, não uso regularmente nenhum aplicativo com inteligência artificial como foco principal, além do ChatGPT e similares. Isso é bem diferente da revolução da internet, onde todas as empresas a consideraram um risco existencial e se lançaram quase imediatamente na criação de sua versão online. Por um lado, isso indica uma enorme oportunidade ainda por se materializar, demonstrando que a valorização dos laboratórios de ponta é apenas a ponta do iceberg. Por outro lado, continua sendo absolutamente incompreensível por que quase nenhum dos grandes ou pequenos players tenha ainda adotado a IA como elemento central em seus aplicativos, ou por que nenhuma das startups focadas em IA conseguiu desbancá-los. Há, sem dúvida, alguns focos de sucesso, mas por que não há um tsunami como o que vimos durante a revolução da internet?
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