Deus, sempre que surge o assunto "magia em RPGs", "sistemas de magia em fantasia" e "escalonamento de poder em jogos de mesa", minha mente se volta com saudade para minha amada, a Dama, que para sempre remodelou a ideia do que a magia PODERIA SER, se os escritores não fossem tão covardes.
Não vou recontar toda a história da Dama — leiam os Livros do Norte, o arco que começa com A Companhia Negra e passa por Sombras Persistentes e A Rosa Branca, se quiserem a história completa. É grande demais para eu resumir em tweets. Abrangente demais.
A parte relevante começa aqui: Ela é A Dama por razões semelhantes às que fazem com que seus tenentes sejam O Uivador, O Metamorfo, O Coxo, O Portador da Tempestade, O Enforcado, O Quebra-Ossos, O Rastejador Noturno, O Mordedor da Lua, O Homem Sem Rosto e O Apanhador de Almas. O nome de um feiticeiro tem poder.
No caso dos Dez Que Foram Levados, esses nomes foram ligados à Senhora — bem, tecnicamente ao Dominador, mas ele está morto (hahahaha) — como parte do rito da Tomada. Existe outro rito, porém: o rito da Nomeação. Se for concluído, a magia de um feiticeiro é removida.
Eu diria "spoilers", mas é um livro de 40 anos, e acho que saber disso não diminui em nada a experiência — e eu mencionei o Rito da Nomeação, então você provavelmente já sabe. As pessoas não mencionam isso sem motivo. No extremo norte, a Senhora é nomeada.
Agora, não se trata de uma reviravolta inesperada. A Dama não escapa de ser Nomeada. Um arco inteiro dos livros foi dedicado a descobrir qual seria o seu Nome. Ela é Nomeada, o Rito é concluído e seus poderes são retirados dela, tornando-a simplesmente mortal.
O que não lhe é negado é o seu conhecimento do arcano: com tempo e comunicação suficientes, ela pode ensinar às pessoas coisas como fabricar tapetes voadores para transporte ou construir varinhas de bolas de fogo que se repetem. Ou reaprender a fazer magia.
Acredita-se ser impossível, mas, em última análise, os motivos pelos quais um feiticeiro nomeado nunca mais toca em magia se resumem a: Bem, eles são mortos imediatamente porque seus inimigos fizeram a nomeação. - Eles seriam simplesmente nomeados novamente, por que se incomodar? - depressão e exaustão A senhora não aceitou isso de forma alguma.
Então, a Dama começa a reaprender magia sozinha, do zero — em parte porque as únicas pessoas que SABEM que ela foi Nomeada são as pessoas com quem ela está viajando agora, e seria MUITO ÚTIL poder manter as aparências — e é um processo trabalhoso e tortuosamente lento.
E então, em certo momento, ela é abordada publicamente na rua por um emissário do governante local, e para fazê-lo calar-se, ela conjura "um feitiço simples, patético, um dos primeiros feitiços que nos ensinam; um feitiço de criança, quase incapaz de alguma coisa", o Martelo Dourado. Isso o mata.
Esta não é a primeira vez que vemos magia nos livros, nem a primeira vez que a magia me deixa sem fôlego - embora anteriormente isso tenha ocorrido devido à sua abrangência e estrutura, mostrando "nossa, esses feiticeiros são PODEROSOS". Essa magia da Black Company foi completamente recontextualizada.
Enfim, até que o discurso se aproxime dessa experiência, vou continuar pensando no que minha amada Dama me ensinou, e continua me ensinando sempre que a releio. Porque pouquíssimos artistas nesse meio chegam perto dessa voz.

